Jogo Piracema: construindo saberes sobre espécies de peixes migradores e ameaçados de extinção
Resumen
O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial de um jogo de trilha enfocando a piracema das espécies nativas, migradoras e ameaçadas de extinção do rio Pomba, na Mesorregião Noroeste Fluminense. O trabalho foi desenvolvido em uma turma de 7º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de Santo Antônio de Pádua/RJ. O jogo foi constituído por uma trilha de 50 casas, cinco peões representando as espécies de peixes, um dado, um manual de regras e 12 cartas. O objetivo do jogo era chegar à nascente do rio. Os peões andavam de acordo com o número sorteado pelo dado. Algumas casas da trilha correspondiam a eventos que representavam obstáculos ou auxílios que os peixes tinham durante a piracema. Vencia o jogo aquele peão que chegasse primeiro à nascente do rio. Após a utilização do jogo, ele foi avaliado por 15 alunos do 7º ano do ensino fundamental. Os alunos responderam a um questionário com perguntas fechadas e abertas. As questões fechadas foram avaliadas quantitativamente e as questões abertas foram avaliadas por análise de conteúdos e nuvem de palavras. A avaliação do jogo feita pelos alunos permitiu concluir que o jogo cumpriu seu papel de recurso didático lúdico promovendo simultaneamente a diversão e a aprendizagem. A partir das respostas dos alunos ao questionário pode-se concluir que eles foram sensibilizados com as questões abordadas no jogo, tais como migração reprodutiva dos peixes, poluição e proibição da pesca durante o período de defeso.
PALAVRAS-CHAVES: Recurso didático; lúdico; Rio Pomba; ensino de ciências.
Doi: 10.21703/rexe.20212042nocelle20
Descargas
Citas
Almeida, M.N. (2018). Como um pinheiro e um sagui podem causar a extinção de várias espécies. En: Jannuzzi, C.M.L. (Org.). Meio ambiente e sustentabilidade (pp. 33-41), Niterói: PROEX/UFF.
Almeida, C.M.M., Prochnow, T.R., y Lopes, P.T.C. (2016). O uso do lúdico no ensino de ciências: jogo didático sobre a química atmosférica. Revista Góndola, Enseñanza y Aprendizaje de las Ciencias, 11(2), 228-239.
Almeida, M.N., Pereira, T.M., Almeida, A.C.M., Freitas, C.C.C., y Faria, A.C.O. (2017). O rio Pomba sob o olhar dos alunos do Ensino Fundamental, segundo segmento, em duas escolas municipais de Santo Antônio de Pádua/RJ. Ensino, Saúde e Ambiente, 10 (2), 16-38.
Andrade, E.S., Andrade, E.A., Felizardo, V.O., Paula, D.A.J., Veras, G.C., y Murgas, L.D.S. (2015). Biologia reprodutiva de peixes de água doce. Rev. Bras. Reprod. Anim., 39(1), 195-201.
Barcellos, L.R., y Rincón Filho, G. (2019). O ensino do conteúdo de peixes cartilaginosos com auxílio de material lúdico. Braz. J. of Develop., 5(10), 20175-20188.
Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Lei n. 7.653, de 12 de fevereiro de 1988. Altera a redação dos arts. 18, 27, 33 e 34 da Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna, e dá outras providências. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7653.htm.
Secretaria de Educação Fundamental (1998). Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). (2017). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME.
Candido, C., y Ferreira, J.F. (2012). Desenvolvimento de material didático na forma de um jogo para trabalhar com zoologia dos invertebrados em sala de aula. Cadernos da Pedagogia, 6(11), 22-33.
Carvalho, E.F.F., y Braga, P.E.T. (2013). Jogo de tabuleiro como uma estratégia auxiliadora para o ensino de zoologia, com ênfase para as serpentes. Ensino, Saúde e Ambiente, 6(3), 202-217.
Cassali, N. K. (2017). Desastres ambientais: regulação e métodos de compensação. Revista de Direito da Empresa e dos Negócios, 1(2), 107-126.
Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (2007). Caderno de Ações - Bacia do Rio Pomba. Anexo 5 do Relatório Contratual R-10. Fundação. Coppetec, 110 p. Recuperado de http://www.ceivap.org.br/downloads/cadernos/Caderno%205%20-%20Pomba.pdf.
Coutinho, C., y Miranda, A.C.G. (2019). Formação inicial de professores de ciências da natureza: relatos de uma prática docente diferenciada. Revista Insignare Scientia, 2(2), 221-231.
Cunha, M.S., Henriques, L.A.F., Rocha, C.A.M., Bonato, F.C., y Teixeira, P.P.M. (2015). A cartilha “peixes amazônicos” como ferramenta lúdica no ensino dos seres vivos. Investigação, 14(6), 134-139.
Dantas, J.G., Andrade, T.S.O.M., Neta, R.N.F.C., y Júnior, A.R.T. (2017). Conhecimento tradicional sobre piracema e defeso da pesca em duas comunidades da área de proteção ambiental da baixada maranhense, Brasil. Atos de Pesquisa em Educação, 12(3), 641-659.
Delizoicov, D., Angoti, J.A., y Pernambuco, M.M. (2011). Ensino de ciências – fundamentos e métodos. São Paulo: Editora Cortez.
Ferreira, F.A., Vaillant, V.S., Manieiro, V.C., Santos, L.M., Cardozo, S.V., y Vasconcellos, R.F.R.R. (2016). O jogo “caça mosquito” como material didático para ensinar a combater a dengue, zika e chikungunya nas escolas. Revista da SBEnBio, 9, 7400–7409.
Formigosa, A.S., Araújo, A.S., Oliveira, J.C.S., y Campos, C.E.C. (2017). Intervenção no ensino-aprendizagem e elaboração de um material didático em Zoologia com ênfase em peixes para alunos do Ensino Fundamental, Santana/AP. Biota Amazônia, 7(4), 48-54.
Freire, P. (1987). Pedagogia do oprimido. (17ª edição). Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Gallo, S. (2017). As múltiplas dimensões do aprender. Perspectivas da Educação Matemática, 10(22), 103-114.
Heiser, R.D., y Bianchi, V. (2016). Reflexões sobre o estudo dos artrópodes no ensino médio e no curso de Ciências Biológicas da UNIJUI. Revista da SBEnBio, 9, 1822-1833.
Hilsdorf, A.W.S., y Moreira, R.G. (2008). Piracema – por que os peixes migram? Scientific American Brasil, 79, 75-80.
Honji, R.M., Tolussi, C.E., Caneppele, D., Polaz, C.N.M., Hilsdorf, A.W.S., y Moreira, R.G. (2017). Biodiversidade e conservação da ictiofauna ameaçada de extinção da bacia do rio Paraíba do Sul. Revista da Biologia, 17(2), 18-30.
Jorge, V.L., Guedes, A.G., Fontoura, M.T.S., y Pereira, R.M.M. (2009, novembro). Biologia limitada: um jogo interativo para alunos do terceiro ano do ensino médio. Anais do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, SC, Brasil, 7. Recuperado de https://moam.info/biologia-limitada-um-jogo-interativo-para-alunos-do-terceiro-ano-do-_5a2e40401723dd6de17587c6.html.
Marinho, I. (2017). Processo de regionalização do Noroeste Fluminense. Rev. Tamoios, 13 (2), 78-93.
Melo, A.C.A., Ávila, T.M., y Santos, D.M.C. (2017). Utilização de jogos didáticos no ensino de ciências: um relato de caso. Ciência Atual, 9(1), 02-14.
Muline, L.S., Gomes, A.G., Amado, M.V., y Campos, C.R.P. (2013). Jogo da trilha ecológica capixaba: uma proposta pedagógica para o ensino de ciências e a educação ambiental através da ludicidade. R.B.E.C.T., 6(2), 183-195.
Nascimento, V.V., Sotero, A.E.S., Costa, A.P., y Costa, I.A.S. (2014). Jogo didático “ClassFish” como estratégia de ensino aprendizagem de zoologia. Revista da SBEnBio, 7, 746-757.
Oliveira, A.F., y Manzke, V.H.B. (2019). Presença da ictiofauna regional sul-riograndense nos livros didáticos utilizados em escolas públicas no município de Pelotas/RS. Revista Educação Ambiental, 69, 1-14.
Peiter, C.C., Carrisso, R.C.C., y Pires, D.C.B. (2011). O arranjo produtivo local de Santo Antônio de Pádua (RJ). En: CETEM/MCTI (Ed.). Recursos minerais & sustentabilidade territorial. (177-198). Rio de Janeiro: CETEM/MCTI.
Polaz, C.N.M., y Moraes, M.B. (2014). Planos de Ação como estratégia para conservação de espécies ameaçadas de extinção - Estudo de caso: a biota aquática do rio Paraíba do Sul. En: W.S. Smith, (Org.). Conectando peixes, rios e pessoas: como o homem se relaciona com os rios e com a migração de peixes. (pp. 39-43). Sorocaba: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Secretaria do Meio Ambiente.
Presti, F.T., Almeida, T.A., Silva, G.F., Silva, H.E., Conrado, L.P., Cespede, L., Rodrigues, T.M., Barbirato, M., y Wasko, A.P. (2017). Conhecendo a arara-azul-grande: confecção e aplicação de um jogo didático como parte das ações de educação ambiental visando a conservação da espécie. Revbea, 12(2), 259-273.
Ramos, I.P., Carvalho, E.D., y Diniz, R.E.S. (2009). Abordagem ecológica em educação ambiental: elaboração de um guia ilustrado de peixes de água doce. Rev. Ciênc. Ext., 5(1), 74-87.
Salati, E., Santos, A.A., y Klabin, I. (2006). Temas ambientais relevantes. Estudos Avançados, 20(56), 107-127.
Santos, A.B., y Guimarães, C.R.P. (2010). A utilização de jogos como recurso didático no ensino de zoologia. Revista Electrónica de Investigación em Educación em Ciencias, 5(2), 1-9.
Santos, J.F.L., y Brito, M.F.G. (2019). Educação inclusiva: modelo didático de peixe para alunos com deficiência visual no ensino de ciências e biologia. Revista Ciências & Ideias, 10(3), 206-223.
Silva, R.E.C., y Margueron, C. (2002). Estudo ambiental de uma pedreira de rocha ornamental no município de Santo Antônio de Pádua Rio de Janeiro. Anuário do Instituto de Geociências, 25, 151-171.
Silva, A.A., Queiroz, E.F.F., Cavalcanti, M.E.S., Oliveira, V.M., y Almeida, A.V. (2015). Análise dos livros didáticos utilizados no ensino médio sobre peixes. Educationis, 3(1), 23-33.
Silva, I.V., Fonseca, L.M., Tavares, C.S., Tavares, C.S., Carmo, A.M., y Sant’Ana, A.C. (2019). Desenvolvimento de jogos didáticos auxiliares em práticas transdisciplinares e da alfabetização científica no ensino das ciências da natureza. Revista Insignare Scientia, 2(4), 349-363.
Silva-Neto, R., Burla, R.S., Werneck, L.G., y Maciel, C.P. (2013). Proposta social, econômica e ambiental de exploração da silvicultura nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense. Sistemas & Gestão, 8, 222-232.
Silvestre, C.P., Bertolino, L.C., y Melo, V.P. (2014). A produção de rochas ornamentais no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro: Santo Antônio de Pádua e Italva. Rev. Tamoios, 10(1), 114-127.
Soares, J.L. (1993). Dicionário etimológico e circunstanciado de Biologia. São Paulo: Editora Scipione.
Soffiati Neto, A. (2011). Breve estudo de eco-história sobre a utilização humana das florestas estacionais do norte-noroeste entre os períodos colonial e republicano. Vértices, 13(2), 7-30.
Steinbock, D. (2018). TagCrowd. Recuperado de https://tagcrowd.com/.
Tonini, L., Soares, L.M.S., Roldi, M.M.C., y Lopes, M.M. (2016). A coleção didática de peixes no Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil: subsídios para o Ensino de Zoologia. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão, 38(4), 347-362.
Wammes, S.W. (2019). Estudando os anfíbios por meio de atividades lúdicas. Revista Insignare Scientia, 2(3), 278-286.