Aula de física para estudante deficiente visual durante a pandemia

Authors

DOI:

https://doi.org/10.21703/0718-5162202202102147025

Abstract

O trabalho compartilha uma sequência didática que propõe o uso de recursos que podem viabilizar a inclusão de estudantes com deficiência visual em aulas de física, especificamente sobre o tema de ondas. Como base referencial, utiliza-se o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky e como mediação os recursos: maquete tátil-visual, imagens ampliadas em alto relevo e audiodescritas, brinquedo mola maluca e vídeo com audiodescrição; de forma a ampliar a Zona de Desenvolvimento Potencial de tais estudantes. Adotou-se como metodologia, a pesquisa qualitativa descritiva e o relato de experiência com base no estudo de caso. Como resultado, apresenta-se o relato de experiência sobre a aula ministrada, que devido à pandemia da Covid-19 ocorreu de forma individualizada e presencial na casa da estudante deficiente visual, discente de uma das turmas de ensino médio de uma escola pública de Rio Branco, Acre, Brasil. A partir dos resultados apresentados faz-se um debate ao redor do tema, discutem-se aspectos relevantes sobre os recursos utilizados bem como sobre a questão da inclusão.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Joisilany Santos dos Reis, Universidade Federal do Acre

Possui graduação em Física pela Universidade Federal do Acre (2018), Mestrado em Ensino de Física pelo o programa de pós-graduação do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF/ Polo 59). Durante a graduação foi bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), na Universidade Federal do Acre, subprojeto de Licenciatura em Física, no período de 06/2017 a 07/2018. Participou ainda do GPEEC - Grupo de Pesquisa e Extensão em Ensino de Ciências na sua permanência no mestrando período de 2019-2021. Atualmente é docente provisória da rede pública do estado do Acre na educação básica, lecionando aulas de Física e Matemática, trabalha também na Educação de Jovens e Adultos(EJA). Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física Geral e Matemática.

Bianca Martins Santos, Universidade Federal do Acre

Atualmente é professora da Universidade Federal do Acre (UFAC) na área de física geral e lotada no Centro de Ciências Biológicas e da Natureza (CCBN). É discente do Programa Institucional de Pós-Doutorado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PIPD-UFRJ) junto ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física na orientação da Professora Deise Miranda Vianna. Possui Pós-Doutorado (2016) e Doutorado (2015) em Física Nuclear Teórica, no Instituto de Física, na Universidade Federal Fluminense (I.F.U.F.F.), Mestrado (2011) em Engenharia nuclear pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e graduação em Licenciatura em Física (2008) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). É docente permanente credenciada no Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF) - Polo 59 e no Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática (MPECIM), ambos da UFAC. Coordena o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto de Física ABI (Área Básica de Ingresso) da UFAC. Já coordenou importantes programas relacionados à formação inicial e continuada de professores de física: três edições do PIBID de Física (2017-2018; 2018-2020; 2020-2022), e dois mandatos do MNPEF/Polo 59 (2018-2020; 2020-2022), atuando também como membro do Conselho do MNPEF (2022). Desenvolve projetos de pesquisa, ensino e de extensão na área de ensino de física ou ciências, relacionados diretamente aos temas: jogos didáticos, ensino para estudantes com deficiência visual e mulheres nas ciências; bem como a formação inicial e continuada de professores de física ou ciências.

Ingrath Narrayany Da Costa Nunes, Universidade Federal do Acre

Possui graduação em Letras Português/Inglês, Graduação em Pedagogia. Pós- Graduação em Educação Especial Inclusiva e Gestão Pela Faculdade Acriana Euclides da Cunha. Mestra em Ensino de Ciências e Matemática (Com Ênfase em estudos na Audiodescrição e Braille) pela Universidade Federal do Acre. Atualmente é técnico administrativo em educação da Universidade Federal do Acre (Revisor de textos Braille), tutora - No Niead/Ufac nos cursos Ead de Matemática e Física e na Pós-graduação em Gestão, foi Tutora na Pós-Graduação IAPEN. Atualmente é coordenadora e professora da graduação e Pós Graduação da Faculdade de Educação Superior Acriano Euclides da Cunha. Tem experiência na área de Letras atuando principalmente nos seguintes temas:, Linguística aplicada a Alfabetização, Ensino de Arte, Brinquedoteca, Educação Infantil, Fundamentos da Educação Especial e Estágio I, II, II e IV.

References

Azevedo, A.C. & Santos, A.C.F. (2014). Ciclos de aprendizagem no ensino de física para deficientes visuais. Revista Brasileira de Ensino de Física , 36(4), 4402-1- 4402-6.

Bastos, B.L., D’Abreu , J., Borges, M., Ferreira, C., & Rizzieri, D. (2010). Implementação de Maquete Tátil Sonora para Pessoas com Deficiência Visual. Anais do Workshop de Informática na Escola, S.l., 1079-1086.

Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. (1ª ed). Trad. Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Morim Baptista. Porto: Porto Editora.

Bonadiman, H., & Nonenmacher, S.E.B. (2007). O gostar e o aprender no ensino de Física: uma proposta metodológica. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 24(2), 194-223.

Branski, R.M., Aurellano, R.C.F., & Lima Junior, O.F. (2010). Metodologia de estudo de caso aplicada à logística. Anais do Congresso de pesquisa e ensino em transportes (XXIII ANPET), 1- 10.

Brasil. (1996). Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf. Acesso: julho de 2021.

Brasil. (1998). Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: adaptações curriculares. Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/ SEF/ SEESP.

Brasil. (2017). Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso: novembro de 2021.

Camargo, E.P. (2007). É possível ensinar física para alunos cegos ou com pouca visão? Proposta de atividades de ensino de física que enfocam o conceito de aceleração. Física na Escola, 8(1), 30-48.

Camargo, E. P., Nardi, R., Maciel Filho, P. R. P., & Almeida, D. R. V. (2008). Como ensinar óptica para alunos cegos e com baixa visão? Física na Escola, 9(1), 20-25.

Carvalho Júnior, G. D. (2002). As concepções de ensino de Física e a construção da cidadania. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 19(1), 53-66.

Coelho, L., & Pisoni, S. (2012). Vygotsky: sua teoria e a influência na educação. Revista e-Ped - FACOS/CNEC Osório, 2(1), 144-152.

Costa, D.A.F. (2006). Superando limites: a contribuição de Vygotsky para a educação especial. Revista Psicopedagogia, 23(72), 232-240.

Cozendey, S.G., & Costa, M.P.R. (2018). Utilizando a audiodescrição como um recurso de ensino. Revista Ibero Americana de Estudos em Educação, 13(3), 1164-1186.

Dickman, A. G., & Ferreira, A. C. (2008). Ensino e aprendizagem de Física a estudantes com deficiência visual: Desafios e Perspectivas. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 8(2), 1-14.

França, S., & Siqueira, M. (2019). Propostas didáticas no ensino de física para deficientes visuais: análise de trabalhos em periódicos e eventos nacionais (2000 -2018). Latin-American Journal of Physics Education, 13(4), 4303-1-4303-8.

Gonçalves, J. P., & Sestari, L. (2015). A Timidez Segundo a Perspectiva dos Alunos de Educação de Jovens e Adultos. InterMeio: Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, 21(41),146-167.

Lakatos, E. M., & Marconi, M.A. (1996). Técnicas de pesquisa. (3ª ed.). São Paulo: Editora Atlas.

Lüdke, M., & André, M.E.D.A. (2013). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. (2ª ed.). São Paulo: EPU.

Marconi, M.A., & Lakatos, E.M. (2021). Fundamentos da metodologia científica. (9ª ed.). São Paulo: Atlas.

Martins, R.J. (2008). Implementação e Utilização de Maquete Tátil Sonora por Pessoas Cegas. Revista Avances en Sistemas e Informática, 5(2), 115-119.

Mendes, E.G. (2002). Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. En Palhares, M. S., & Marins, S. (ed.), Escola inclusiva. (pp.61-85). São Carlos: EdUFSCar.

Motta, L.M.V; & Romeu Filho, P. (ed.), (2010). Audiodescrição: transformando imagens em palavras. São Paulo: Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Oliveira, F.J., Oliveira, C.K., & Martins, M.M.M.C. (2016). Audiodescrição como ferramenta de inclusão de alunos cegos ao processo de ensino aprendizagem. Anais II Congresso Internacional de Educação Inclusiva – CINTEDI. Campina Grande: Realize Editora.

Santa Catarina (2011). Secretaria de Estado da Educação. Fundação Catarinense de Educação Especial. Guia prático para adaptação em relevo. São José: FCEE.

Santos, A. L. M., Paganotti, A., & Leão, A. R. C. (2021). Ensino de Astronomia para pessoas com deficiência visual: Um levantamento sobre a produção bibliográfica em congressos no Brasil. Research, Society and Development, 10(7), e44310714604-1- e44310714604-11.

Sousa, A.C.L.L.; & Sousa, I.S. (2016). A inclusão de alunos com deficiência visual no âmbito escolar. Estação Científica (UNIFAP), 6(3), 41-50.

Triviños, A.N.S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. (1ª ed.). São Paulo: Atlas.

UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas. Disponível em: http://www.educacaoonline.pro.br. Acesso em: julho de 2019.

Vygotsky, L.S. (1984). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotsky, L.S. (1997). Obras escogidas. Tomo V – Fundamentos de Defectología. Madrid: Visor.

Vygotsky, L.S. (2001). A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Downloads

Published

2022-12-01

How to Cite

Santos dos Reis, J., Martins Santos, B., & Narrayany Da Costa Nunes, I. (2022). Aula de física para estudante deficiente visual durante a pandemia. REXE- Revista De Estudios Y Experiencias En Educación, 21(47), 472–492. https://doi.org/10.21703/0718-5162202202102147025

Issue

Vol. 21 No. 47 (2022)

Section

Experiencias Pedagógicas

Most read articles by the same author(s)